Contribui com «As confissões de Maidenov» para a Corda Bamba, com «Posidon» para Ocultos Buracos e agora, mais recentemente, para 7 Pecados, com «... por linhas tortas».
Abaixo partilho com todos um excerto deste conto.
«A porta estava fechada e não estava ninguém em casa.
Mas isso não o surpreendera: ela avisara-o.
Ainda
assim, Dionísio, depois de ter espetado o dedo na campainha, deu mais duas
pancadas fortes na porta. Suspirou exasperado, ao ver que ela cumprira o que
dissera e, antes de virar as costas e começar a descer as escadas do prédio,
ainda remoeu algumas asneiradas.
Entrou no Ford Fiesta branco, de dois lugares, sentou-se e marcou o número da
Dulce B. no telemóvel. Recostou-se e aguardou que ela atendesse; mas ela não
atendeu. E ele, mordendo a língua, deixou uma mensagem atenciosa no voice
mail.
Lá fora a noite ameaçava ser fria. Passava pouco das
21h e a maioria os carros estava tão cheio de água como se tivesse acabado de
chover; não era uma noite para se passar sozinho numa cama. E não fora isso que
planeara: Dulce B. era a companhia agendada; e a ideia dele e ela enfiados numa
cama, envolvidos num festim, era suficiente para ficar excitado. Só que a Dulce
B. não estava em casa – mais uma vez; faltara ao compromisso – pelo segundo mês
consecutivo; e isso, além do irritar, trazia-lhe um problema: onde iria
aliviar-se?» in Colectânea 7 Pecados I, ...por linhas tortas, Pastelaria Studios